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Campanha permanente para financiar a Feicoop é lançada na abertura oficial

A abertura oficial da 26ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), em Santa Maria-RS, foi marcada pelo lançamento de uma campanha de financiamento permanente para as próximas edições do evento. O ato contou com fortes discursos em defesa de políticas públicas e apoio à Economia Solidária. A fala mais desafiadora veio da coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança e vice-presidente da Cáritas Brasileira, irmã Lourdes Dill, que exigiu respeito, autogestão e dignidade do governo, uma vez que diversas políticas públicas foram extintas. “O governo, nos três níveis, cobra os impostos, arrecada nosso dinheiro e é responsável por administrar. Nós queremos, de fato, ajudar a decidir os recursos de políticas públicas para agricultura familiar, Economia Solidária, catadores, quilombolas, indígenas, juventude, educação e saúde. Não pode um governo chegar e, simplesmente, tirar tudo. Isso não é direitos deles”, assinalou irmã Lourdes. Frente à dificuldade para obter recursos para a realização da Feira, foi lançada uma campanha de arrecadação permanente. Uma urna será usada para recolher as doações e será levada para todos os eventos promovidos pelo Projeto Esperança/Cooesperança. A primeira doação foi feita pelos grupos de Economia Solidária de Novo Hamburgo-RS, no valor de R$ 2 mil, captados a partir de uma campanha desenvolvida no município da região Metropolitana. A atual situação enfrentada pela Economia Solidária em nível nacional foi tema do discurso do diretor Executivo da Cáritas Brasileira, Fernando Zamban, que classificou como 'mesquinhez orçamentária' o atual orçamento destinado ao setor. “Chegamos a ter na Economia Solidária um orçamento público de quase R$ 200 milhões para fomentar empreendimentos, redes e cooperativas neste país. Lamentavelmente, temos um orçamento hoje que chega a R$ 25 milhões com emendas parlamentares. Isso sequer mantém decentemente qualquer estrutura de governo para fomentar políticas públicas”, desabafou Zamban. O deputado estadual e ex-prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira (PT), por sua vez, fez uma crítica ao governo gaúcho. “Eu não consigo entender, por exemplo, que o Estado do Rio Grande do Sul, que hoje tem R$ 9,7 bilhões em isenção fiscal tenha zero para a Economia Solidária”, pontuou Valdeci. O diretor de Economia Solidária, do Ministério da Cidadania, Alcindo Gabrielli (MDB), participou pela primeira vez da Feicoop. Ele agradeceu o apoio e disse que estava na Feira para aprender com seus participantes. “O Ministério da Cidadania acolheu a política da Economia Solidária na agenda pública de inclusão social e produtiva, porque entende que a Rede de Ecosol é protagonista da emancipação socioeconômica, gerando autonomia e um papel ativo da solidariedade humana”, destacou Gabrielli. O vice-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luciano Schuch relatou que a instituição nunca irá se negar em apoiar a Feira. “Contem sempre com a UFSM, nossos professores, nossos técnicos em educação e nossos estudantes. Peço também apoio, que defendam a universidade pública e gratuita de qualidade. Sem universidade, sem educação, não teremos um futuro para nossa população”, expressou Schuch. Entre as autoridades presentes, o mais aplaudido pelo público foi o ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT). Ele falou da necessidade de os empreendimentos de Economia Solidária realizarem a autogestão e pediu para que o movimento não se torne dependente de forças políticas ou poder local, estadual, nacional e até global. "Temos o Banco Mundial. O que é o Banco Mundial? Temos que obedecer as definições do Banco Mundial? Não, a Economia Solidária não quer saber dessa ideologia imposta de cima para baixo pelo capital, pelo dinheiro e pelo lucro", frisou Olívio. A cerimônia de abertura foi finalizada com o discurso do prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), o qual destacou as ações realizadas pelo Executivo Municipal em relação à infraestrutura do evento. O tucano também prometeu seguir apoiando a Feicoop. “Não existe a menor hipótese, enquanto eu for prefeito de Santa Maria, de esta Feira não acontecer”, manifestou o prefeito. A 26ª Feicoop teve início na quinta (11), no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorsheiter, e segue até domingo (14). No local, cerca de mil expositores do Brasil e do exterior comercializam produtos da Economia Solidária e Agricultura Familiar. TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A FEICOOP A FEIRA A Feicoop é uma grande escola de organização, formação de convivência, do voluntariado e dos Movimentos Sociais e Economia Solidária. São 26 anos de construção coletiva e interativa. É um braço do Fórum Social Mundial, que constrói um “Outro Mundo Possível” e uma “Outra Economia que já Acontece!”. A 26ª EDIÇÃO A 26ª Feicoop será realizada de 11 a 14 de julho de 2019, no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria-RS, com o tema "Construindo a sociedade do bem viver: por uma ética planetária". LOCALIZAÇÃO A maioria dos eventos da Feicoop ocorre em três grandes ambientes interligados, localizados na Rua Heitor Campos, Bairro Medianeira, em Santa Maria-RS: o Parque da Medianeira, onde são instalados os lonões dos seminários, o Palco da Feira e a Praça de Alimentação; o Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, onde se concentra a feira de produtos em pavilhões; e o Colégio Irmão José Otão, cujas salas de aula recebem oficinas, reuniões e encontros. HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO Quinta-feira (11): Dia de chegada de caravanas. Não ocorre comercialização de produtos, apenas seminários de formação em Economia Solidária Sexta-feira (12): 7h30min às 20h Sábado (13): 7h30min às 20h Domingo (14): 7h30min às 18h INGRESSO A entrada é gratuita em todos os eventos da Feicoop. PROGRAMAÇÃO Confira a Programação Final de Seminários e Oficinas. Confira a Programação Final de Atividades Culturais. ALIMENTAÇÃO O almoço será servido entre 11h30min e 14h e, este ano, terá o valor de R$ 15,00. O tíquete para o almoço deve ser adquirido na banca localizada no fundo do Pavilhão 1, de preferência, até as 10h de cada dia. Cada almoço dá direito a um pedaço de carne. Se a pessoa desejar um segundo pedaço, deve adquirir um tíquete no valor de R$ 2,00. A Feicoop também conta com Praça de Alimentação, junto ao Palco da Feira, no Parque da Medianeira, que serve lanches variados. CAMPANHA JUNTOS PELA FEICOOP Devido à falta de recursos para realização da 26ª Feicoop, o Projeto Esperança/Cooesperança e Cáritas Rio Grande do Sul desenvolvem a campanha Juntos pela Feicoop. A iniciativa visa obter recursos para garantir a estrutura física e logística da Feira. Doações podem ser feitas, até o dia 31 de julho, pelo site http://caritasrs.colabore.org/Feicoop ou por depósito na conta corrente 30565-0 (Cooesperança), agência 0126 (Banco do Brasil) - CNPJ 93155067/0001.86. ECONOMIA SOLIDÁRIA É um jeito diferente de produzir, de comprar, de trocar, de vender, de consumir produtos, oferecer e receber crédito. O que move esta economia é o desejo de que não existam excluídos, que a riqueza produzida no trabalho seja partilhada e que todos tenham qualidade de vida. A Economia Solidária é também uma estratégica de desenvolvimento sustentável que considera todas as dimensões (econômica, social, cultural, ambiental, política...). FORMAÇÃO Durante a Feicoop ocorrem práticas do comércio justo e consumo ético e solidário, trocas solidárias com moeda social e atividades de formação e interação. Não há consumo de cigarros e bebidas alcoólicas (vinhos e cervejas artesanais vendidos na Feira não devem ser consumidos no local) e a água não é comercializada durante o evento. A Economia Solidária entende que a água é um bem universal e um patrimônio da humanidade (são disponibilizados bebedouros com água filtrada nos pavilhões da Feira). Refrigerantes também não são vendidos. Os produtos oferecidos na Feira são de procedência ecológica. A organização do evento trabalha com a teoria e a prática, articulando campo, cidade e as diferentes culturas e etnias. EXPOSIÇÃO Cerca de 1 mil expositores comercializam na Feira cerca de 10 mil produtos, entre agroindústria familiar, artesanato, alimentação, hortifrutigranjeiros, plantas ornamentais, serviços e produtos de povos indígenas. PÚBLICO Ano passado, 302 mil pessoas prestigiaram o evento. A 25ª Feicoop contou com a representação de 3,5 mil empreendimentos organizados em rede, 583 municípios, 26 estados brasileiros e Distrito Federal; fóruns locais e macrorregionais de Economia Solidária no país; Fórum Brasileiro de Economia Solidária; entidades públicas e privadas; Universidades; Fundos Solidários; Redes Nacionais e Internacionais de Economia Solidária. ORGANIZAÇÃO A Feicoop é organizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança e Banco da Esperança, braços da Arquidiocese de Santa Maria; Cáritas Brasileira e Cáritas Regional Rio Grande do Sul; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); e Prefeitura Municipal de Santa Maria, com apoio de diversas entidades e instituições. INFORMAÇÕES Para mais informações sobre a 26ª Feicoop, entre em contato com o Projeto Esperança/Cooesperança pelo telefone (55) 3219-4599 ou pelo e-mail projeto@esperancacooesperanca.org.br ou pelo sitewww.esperancacooesperanca.org.br. Curta a fanpage da Feicoop: https://www.facebook.com/feicoop.

Cerimônia de abertura oficial da Feicoop, nesta sexta-feira (12), em Santa Maria. Foto Maiquel Rosauro


Apresentação da urna que será usada para arrecadação de dinheiro para a Feicoop. Foto Maiquel Rosauro

Um grande público acompanhou a cerimônia de abertura da 26ª Feicoop. Foto Maiquel Rosauro

Discurso da irmã Lourdes Dill durante a cerimônia de abertura da Feicoop. Foto Maiquel Rosauro Maiquel Rosauro, Jornalista (MTB/RS 13334) Assessor de imprensa - 26ª Feicoop (55) 996-811-384


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