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Fundo branco

7ª CARTA DE SANTA MARIA

 

FEIRA E SANTA MARIA: UMA EXPERIÊNCIA 

APRENDENTE E ENSINANTE

 

7ª FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DO MERCOSUL e

 18ª FEICOOP - Feira do Cooperativismo e Eventos Complementares/2011

 

   Em 2011, no período de 08 a 10 de julho, a cidade de Santa Maria, RS - Brasil, acolheu 151 mil pessoas, para a 7ª Edição da Feira do Mercosul e 18ª Feira  do Cooperativismo  e  Eventos  complementares, em  sintonia com as outras mais  de 100 Feiras Internacionais, Estaduais e Regionais e que aconteceram no Brasil. Vindos de 435 municípios, de 27 Estados do Brasil, de 15 países e de 03  Continentes (da América Latina, Europa e África), Empreendimentos Solidários, Movimentos Populares, Pastorais Sociais e  Universidades, 220 Entidades e Organizações da Sociedade Civil e Órgãos Governamentais, compartilharam deste importante espaço  Aprendente e  Ensinante.

 

  Foram realizados 23 importantes Seminários, 28 Oficinas, mais de 40 Atividades Artísticas, Culturais, Reuniões de Redes, Entidades e Movimentos Sociais; 7º Acampamento da Juventude, 7ª Caminhada Ecumênica pela Paz e Justiça Social, lançamento de vídeos, filmes, livros, apresentações culturais, atividades pautadas pela busca dos Direitos Humanos e da Justiça Social. Através da riqueza da diversidade, a programação sinalizou propostas que convergem para um novo modelo de sociedade justa, igualitária e de um modelo de Desenvolvimento Solidário, Sustentável e Territorial.

 

 Aprendemos com a força do mutirão construído por mais de 60 Comissões Locais, Comissões e Equipes de Trabalho organizadas nos diferentes Estados e Países, que trabalharam na organização e realização desta Feira. Da mesma maneira foi decisivo o empenho dos Empreendimentos Solidários, das Entidades de apoio, dos Gestores Públicos, Patrocinadores nos diferentes Municípios, Estados e Países, para o grande sucesso dos Eventos Internacionais de Economia Solidária.

 

  Aprendemos ao longo do processo de preparação e realização da Feira, que as experiências gestadas em nível local, são sementeiras de um Projeto de Desenvolvimento Solidário Sustentável e Territorial e numa  visão  global que já está em construção. Isso pode ser identificado na medida em que após 18 anos de Feira do Cooperativismo e 7 anos de Feira de Economia Solidária do Mercosul, registramos o avanço, não somente pelos dados numéricos, mas no seu fortalecimento em nível de  articulação, interação, debate, troca de idéias, experiências de  Comercialização Direta dos  produtos  dos  Empreendimentos da Economia Solidária, da Agricultura Familiar, das Agroindústrias Familiares, dos Catadores(as), dos Povos Indígenas e Quilombolas, Levante  da Juventude, do Movimento de Mulheres, dos Trabalhadores(as) do Campo e da Cidade  e  dos Gestores  Públicos,  juntamente com os consumidores/as  presentes nos Eventos Internacionais.

 

  Aprendemos com este espaço irradiador de outro modelo de Desenvolvimento, através da capacidade de articulação Nacional, e Internacional – entre a Diocese Centenária Santa Maria, Banco da Esperança, Projeto Esperança/Cooesperança de Santa Maria, Instituto Marista de Solidariedade (IMS), Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), os Fóruns Regionais da Economia Solidária, Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), Secretaria Nacional da Economia Solidária e Apoio a Micro e Pequena Empresa  e  Empreendedorismo, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, a Congregação Filhas do Amor Divino, Cáritas Brasileira e Cáritas/RS e as demais organizações de apoio e patrocinadores   com  o  seu   compromisso  e  participação, tornou-se uma frutífera parceria geradora, de Outra Economia que anuncia que um “Outro Mundo é  Possível e é prá já”.

 

  Neste ano de 2011, resgatamos especialmente, a história e princípios que orientam a Educação Popular na América Latina. A partir das experiências partilhadas verificamos que são muitos os aprendizados quanto à interiorização da Economia Solidária, ao trabalho autogestionário, à construção de saberes, à articulação em redes, à mudança da relação entre as pessoas e com o meio ambiente no âmbito das Finanças Solidárias, produção, Comercialização e Consumo Ético e Solidário. Percebemos igualmente que ainda temos desafios os quais podem ser visualizados a partir da necessidade de qualificar os processos formativos em todos os eixos da Economia Solidária; os processos de registro e sistematização que servem de orientação e inspiração para outras experiências, popularizando os termos técnicos utilizados na Economia Solidária, Comércio  Justo  e Consumo  Ético  e  Solidário  e  da Agricultura  Familiar.

 

  Clama forte a voz dos Empreendimentos Solidários por justiça econômica e Políticas Públicas, que apresentam a Economia Solidária cada vez com mais ênfase e força, como uma estratégia de resistência popular na construção de uma nova identidade social em constante dialogo com os demais Movimentos Sociais Urbanos e Rurais, seja com maior e melhor estruturação para os espaços de produção, como agroindústrias, seja na estruturação dos Pontos Fixos de Comercialização, Lojas, Bases de Serviços, Feiras, e centrais de produção e Comercialização Direta; seja na real construção de Políticas Públicas estruturantes e que respeitem o acúmulo, a experiência e a sabedoria do próprio Movimento Nacional de Economia Solidária  e sejam promotoras de Justiça e Desenvolvimento Social  e  Solidário.

Para consolidar esta proposta, afirmamos as seguintes ações e agendas comuns:

- Fortalecimento da luta para consolidação da Economia Solidária como Política

  Pública (Lei da Economia Solidária - Brasil);

- Integração das Redes Nacionais e Internacionais de Economia Solidária;

- Consolidação da Feira de Santa Maria, como espaço de articulação política da

  Economia Solidária no Brasil e da América Latina;

- Coletar um milhão e trezentos mil assinaturas para a aprovação da Lei da Economia 

  Solidária no Brasil.

 

AGENDAS COMUNS:

  • 2011:

  - Setembro: Feira e Encontro de Economia Solidária/Argentina

  - Setembro: III Feira Panamazônica - Acre/Brasil

  - Setembro: Encontro Internacional de Economia Solidária - Uruguai;

  - Outubro: Fórum Internacional de Economia Social e Solidária (FIESS) –

                   Montreal/Canadá;

  - Outubro: Seminário PROCOOP Acadêmico – Santiago do Chile/Chile;

  - Novembro: Encontro Inter-redes – Paraguai;

  - Novembro: Cúpula Social do Mercosul – Uruguai.

 

  • 2012:

- Janeiro: Feira de Economia Solidária de Atlântida – Uruguai;

- Junho: Conferência Internacional da ONU - Rio + 20 e V Encontro da Rede Intercontinental de Promoção da Economia Social e Solidária da América Latina e Caribe (RIPESS- LAC), Rio de Janeiro/RJ - Brasil;

- Julho: 8ª Feira Ecosol (Feira de Economia  Solidária  do  Mercosul) e  19ª FEICOOP ( Feira do  Cooperativismo), Santa Maria/RS/Brasil  e  Encontro  Internacional  preparatório  para   os Eventos Mundiais de Economia Solidária de 2013.

 

  • 2013:

- Janeiro: Fórum Social Mundial Centralizado;

- Julho: 2º Fórum Social Mundial de Economia Solidária e 2ª Feira Mundial de Economia 

            Solidária Santa Maria/RS – Brasil - De 11 a 14 de julho de 2013.

- Novembro: Encontro Continental da Rede Intercontinental de Promoção da Economia

                   Social e Solidária (RIPESS).

-                 : IV  Feira  Panamazônica/Acre/Brasil

   

  Nós, que estivemos em Santa Maria, mulheres, homens, crianças, adolescentes, jovens e idosos, de  diversas  Etnias, vindos de todos os cantos do Brasil e de diversos países da América Latina, África e Europa, brancos, negros, amarelos, do campo e da cidade,  Sociedade  Civil  e Gestores  Públicos,nos afirmamos e nos auto-declaramos como militantes da Economia Solidária. Santa Maria se constitui como a Capital Internacional da Economia Solidária com suas várias abordagens, conceitos e muita convergência  deste  e  outros  temas.  Aqui se respira, se fala, se demonstra com coerência e muito cuidado  que a  Economia Solidaria é muito mais do que se vê e do que se vende. Aqui se respira e se pratica a radicalidade do cuidado com o ser humano e com o Planeta Terra, onde as relações de produção e comercialização são expressões de uma proposta sócio-política e econômica, que re-significam as relações humanas e societárias e que exigem posturas, políticas éticas e  comprometidas com a Vida  em primeiro  lugar.  Ao  concluir,  podemos  afirmar  com sábio o Provérbio Africano:  “MUITA GENTE PEQUENA, EM MUITOS LUGARES PEQUENOS, FAZENDO COISAS PEQUENAS, MUDARÃO A FACE DA TERRA”.

 

Mais informações, fotos e dados dos Eventos Internacionais nos sites:

www.esperancacooesperanca.org.br

www.fbes.org.br

www.cirandas.net

www.ims.org.br

www.caritasbrasileira.org

www.caritasrs.org.br

www.adital.org.br

www.filhasdoamordivino.com.br

www.ripesslac.net 

www.mercosursocialsolidario.org

www.twitter.com/maiquelrosauro  

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